Qual é a primeira imagem que lhe vem à cabeça ao rolar o feed do Instagram e se deparar com um vídeo de dicas de playlist para entrar no clima do Rock in Rio? E uma foto de mulheres se exercitando na praia com um belo oceano ao fundo? A resposta é óbvia: Comunicação Interna!
Ok, sabemos que a resposta não é tão óbvia assim. As postagens citadas poderiam ser de influencers digitais ou blogueiros (as); mas, na verdade, são de duas instituições bancárias tradicionais.
Mas o que playlists para o Rock in Rio e a prática de exercícios têm em comum com bancos e Comunicação Interna? Bom, a resposta é: TUDO!
Neste texto falaremos como o Instagram derrubou de vez os muros da Comunicação Interna e se transformou na principal ferramenta para engajar os colaboradores e atrair profissionais. Confira!
Expandindo a comunicação interna
Há alguns anos, no início das práticas de comunicação empresarial, a comunicação interna se limitava em informar os colaboradores sobre normas organizacionais, eventos, mudanças e outras ocorrências que aconteciam dentro da empresa.
Essa comunicação era realizada de cima para baixo. Isto é, os diretores e gestores divulgavam as informações para os colaboradores em um modelo unilateral.
Hoje, o cenário é outro. Com o crescimento das empresas, e os colaboradores executando atividades cada vez mais específicas, surge a necessidade de ter um canal que expresse a importância de cada membro na organização como um todo, expressando os objetivos e metas da empresa, baseando-se na estratégia organizacional.
Além disso, a crescente disputa por mão de obra qualificada demanda a criação de uma imagem que ilustre um bom clima no ambiente de trabalho para atrair novos profissionais.
É nesse sentido que o Instagram se mostrou uma ferramenta fundamental, como meio de comunicação que externaliza as ações internas, com o intuito de reconhecer os colaboradores, promover as atividades da empresa e destacar a cultura organizacional.
Com o uso ativo do Instagram por parte das marcas, já não há uma distinção do que é considerado ação interna e o que é voltado para o público externo. Uma vez que a mesma publicação pode servir, ao mesmo tempo, para reconhecer e motivar seus colaboradores, e fortalecer a identidade da empresa para os consumidores.
Nota-se que as postagens acima refletem uma cultura organizacional que valoriza o bem-estar do colaborador e destaca um ambiente descontraído da empresa. Ao se tratar de duas instituições bancárias, o Instagram vem para mudar a imagem que algumas pessoas têm sobre a rotina de trabalho desses colaboradores. Ainda mais, por se tratar de organizações que sempre prezaram por seriedade.
Publicações como essas estreitam o relacionamento da marca com os seus colaboradores e com o público em geral. Vale dizer que nenhum desses posts sequer citam empréstimos, cartões de crédito, poupança ou qualquer outro serviço prestado pela instituição. O foco aqui é outro.
No Instagram do Itaú Unibanco, por exemplo, está descrito na bio “Perfil destinado aos interessados pelos bastidores do Itaú Unibanco, onde nossos colaboradores são os principais protagonistas. Sejam bem-vindos!”
O exemplo acima, da Movile, expressa a visão da marca em relação aos seus colaboradores. Muitos pontos podem ser analisados nessa publicação, que vão além do fato de que a empresa contrata pessoas tatuadas.
Ao fazer isso, a marca se posiciona contra um estereótipo que se construiu ao longo dos anos nas grandes empresas, além de demonstrar um dress code totalmente informal, com calça rasgada, bermuda, chinelo, etc. Tudo isso contribui para motivar a equipe e gerar o desejo de atuar em um ambiente como esse em novos profissionais.
A mensagem central é “aqui você pode ser quem você é, nós reconhecemos e valorizamos isso”. Assim, se cria uma sensação de pertencimento nos colaboradores, e o público externo percebe esse relacionamento e atribui à instituição uma imagem positiva. Ou seja, é uma relação em que todos saem ganhando.
Os exemplos acima – Itaú Unibanco, Santander e Movile – não foram escolhidos por acaso. As três ocupam, respectivamente, as primeiras posições na lista Linkedin Top Companies, reforçando o papel do Instagram nesse sentido.
Ascensão do Instagram
Que as redes sociais cresceram em um ritmo frenético, todos nós já sabemos. Pois, devido a popularização dessas plataformas, podemos compartilhar nossas ideologias, interesses e gostos com pessoas do mundo inteiro.
Os brasileiros passam, em média, 9 horas por dia na internet, pouco mais de um terço desse tempo, 3 horas e meia, são nas redes sociais. Os dados foram divulgados no relatório “2018 Global Digital”.
Com o Facebook envolvido em casos de vazamento de dados dos usuários, a plataforma vem perdendo usuários gradativamente. Enquanto isso, o Instagram está ampliando cada vez mais sua base de membros. No ano passado, a rede social alcançou a marca de 1 bilhão de usuários. No ranking das mais acessadas, ocupa o 2º lugar, atrás somente do Facebook.
O Brasil é o segundo país com maior presença no Instagram, atrás apenas dos Estados Unidos. As contas comerciais representam cerca de 20 milhões dos usuários em todo o mundo.
Humanização da marca
Por esses números, nota-se que as redes sociais fazem parte da rotina das pessoas. Ao divulgar ações internas e cotidianas no Instagram, cria-se um sentimento de humanização que desvincula a marca do meio comercial e a insere em uma realidade semelhante a de seus consumidores.
Assim, como as pessoas aderiram a ideia de expressar suas opiniões e visões nas redes sociais, as empresas também descobriram, no Instagram, possibilidades de se relacionar com seu público mais diretamente. Exibindo seus valores, sua visão e salientando a cultura empresarial, elevando, assim, a comunicação interna a outro patamar.
Essa identificação fortalece a imagem da empresa, agregando valor aos produtos e serviços que a marca oferece, e, faz isso sem a necessidade de mencioná-los nas publicações.
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